Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Empresários e representantes de entidades do agronegócio solicitaram hoje (31) ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, "medidas preventivas e urgentes contra atos de violência" em empresas de pesquisa. Após a reunião, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal (Abiove), Carlo Lovatelli, disse que o setor espera que o coordene um trabalho preventivo e de inteligência para garantir a segurança nas unidades de pesquisa.
"Essa violência que foi praticada em várias empresas agora não é correta e assusta. Nós ficamos muito preocupados com a integridade dos nossos funcionários, das instalações e das pesquisas que levaram anos para serem feitas", disse. A iniciativa é uma reação às recentes ações dos movimentos sociais que resultaram na destruição de laboratórios de pesquisa de transgênicos e de plantações experimentais.
Lovatelli afirmou reconhecer a validade dos movimentos dos trabalhadores rurais, mas criticou as recentes ações por extrapolarem os limites legais. E acrescentou que o setor está indignado e apreensivo com a possibilidade de novas invasões.
O presidente da Associação Brasileira de Obtentores Vegetais (Braspov), Ivo Carraro, disse que a insegurança pode chegar a um "ponto drástico" de redução nos investimentos do setor no país.
O presidente da Monsanto do Brasil, Rick Greubel, que já teve plantações de soja transgênicas destruídas, disse que não há intenção em reduzir investimentos. "Acreditamos no Brasil e vamos solicitar das autoridades a proteção que a gente merece".
Desde o dia 14, o campo experimental da multinacional de sementes Syngenta Seeds, em Santa Teresa do Oeste, a 536 km de Curitiba (PR), está ocupado por movimentos ligados à Via Campesina. No dia 8, mulheres ligadas à entidade invadiram e destruíram as instalações da empresa de celulose Aracruz, onde eram realizados estudos sobre espécies de eucalipto. A invasão resultou na destruição de estufas, de pelo menos 1 milhão de mudas de eucalipto e de um laboratório de modificação genética de plantas. O laboratório estava avaliado em US$ 400 mil.