Thaís Brianezi
Enviada especial
Curitiba - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, assinou hoje (30) portaria que cria um grupo de trabalho (GT) sobre o pampa, com o objetivo de estudar e propor políticas voltadas para esse bioma. "Quando eu assumi o ministério, as pessoas achavam que a Marina da Amazônia não daria atenção aos outros biomas. Hoje, vejo que a caatinga, o cerrado, o pantanal, a mata atlântica e o pampa também fazem parte de mim", disse.
O grupo de trabalho será composto por nove representantes do governo federal, do governo do Rio Grande do Sul e de prefeituras, e nove da sociedade civil. O chefe de gabinete da secretaria executiva do Ministério do Meio Ambiente, Sílvio Botelho, explicou que cada órgão ou instituição terá 15 dias para indicar esses representantes.
Uma das organizações não-governamentais convidadas foi o Grupo Transdiciplinar de Estudos Ambientais Maricá, cuja coordenadora, Jaqueline Jacques, comemorou: "O pampa é um bioma muito localizado, está só no nosso estado. Dificilmente ele é conhecido pelo resto do país ou recebe apoio nacional".
O secretário de Biodiversidade e Florestas do ministério, João Paulo Capobianco, ressaltou que, "ao contrário do que se pensa, o pampa é uma região com grande biodiversidade: tem mais de 3 mil espécies – 400 tipos de gramíneas, 350 tipos de árvores e 90 tipos de mamíferos". Ele informou que o ministério está fazendo o mapeamento da vegetação nativa de todos os biomas brasileiros, com apoio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"O levantamento do pampa deverá estar concluído até julho. A partir daí, poderemos rever as áreas prioritárias para criação de unidades de conservação. O pampa hoje só tem 81 mil hectares (0,4% do território total) dentro de unidades de proteção integral (que não permitem a existência de moradores). É pouco", comentou.
Dos 700 mil quilômetros quadrados do pampa, apenas 176 mil estão no Brasil – 63% estão no Rio Grande do Sul. O restante fica na Argentina e no Uruguai.