Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – "O depoimento de [Antonio] Palocci é decisivo para esclarecer a cadeia de comando", afirmou hoje (29) o delegado da Polícia Federal, Rodrigo Carneiro Gomes, responsável pelo inquérito que investiga a violação ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. Por meio de sua assessoria de imprensa, disse também que já conversou com o advogado do ex-ministro da Fazenda, mas o depoimento ainda não tem data nem hora marcada.

A Justiça Federal ainda não respondeu nenhum dos pedidos feitos para quebra de sigilos e buscas e apreensões para dar prosseguimento às investigações. Ontem, por meio da assessoria de imprensa, o delegado Carneiro Gomes disse que a Justiça começaria hoje a responder os pedidos.

Até o momento, a polícia não pôde ter acesso ao circuito interno e ao registro de entrada e saída da Caixa Econômica Federal e ao computador usado para a retirar o extrato bancário do caseiro.

Em vista da demora, o delegado resolveu mudar a estratégia das investigações. Ao contrário do que informou ontem, não vai mais esperar o resultado das perícias para ouvir Antonio Palocci. Também ouviu hoje os técnicos da Caixa responsáveis em produzir relatório com informações sobre as movimentações financeiras do caseiro para encaminhar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) durante todo o dia.

Em depoimento, o ex-presidente da Caixa, Jorge Mattoso, contou que entregou o extrato bancário a Palocci na quinta-feira (16) à noite. E que, na manhã do dia seguinte, se reuniu com os técnicos para que as movimentações de Francenildo fossem repassadas ao Coaf para investigação.