Brasília, 27/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - O ministro Waldir Pires, da Controladoria-Geral da União (CGU), disse que o afastamento do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, não causará prejuízos à economia. "As linhas gerais da política econômica do governo estão assentadas. Nós estamos nos fortalecendo como uma nação que quer crescer, quer transformar a sociedade brasileira, fortalecer as instituições livres. E esse é o dever de todos nós", acentuou, em entrevista exclusiva à Agência Brasil.
Pires participou da abertura da conferência da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre Financiamento para o Empreendedorismo e o Crescimento de Pequenas e Médias Empresas e disse que "o país quer ganhar sempre no avanço da credibilidade, das relações sérias, no plano ético – por isso, acontecimentos assim não vão alterar as linhas de ação".
"As crises políticas fazem parte da natureza da democracia. Dentro das instituições políticas abertas sempre acontecem fatos importantes e num determinado instante a solução se dá com naturalidade. Claro que há algumas coisas lamentáveis, mas isso é próprio do sistema democrático, do presidencialismo, em que o presidente da República adota a posição decisiva como chefe de Estado e de Governo", disse o ministro. Ele lembrou que "a situação do Brasil hoje é bem diferente da que se verificava nos dias iniciais do governo do presidente Lula, que viveu uma realidade econômica muito difícil em 2003".
Indagado se a mudança do ministro da Fazenda poderia favorecer uma mentalidade diferente na condução da política monetária, o ministro disse considerar "natural que a partir do momento em que o país reduz a sua fragilidade, em que ele ganha a confiança diária cada vez maior da sociedade internacional, se fortalecendo internamente, no campo financeiro, os passos econômicos vão se tornando mais fáceis".
Para Waldir Pires, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, anunciado para assumir o Ministério da Fazenda, "tem a experiência de ter sido companheiro de Antonio Palocci na primeira formação de governo".