Programa Áreas Protegidas da Amazônia recebe primeira doação privada

28/03/2006 - 18h28

Mylena Fiori
Enviada especial

Curitiba - O Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), do Ministério do Meio Ambiente, recebeu hoje (28) a primeira contribuição privada: uma doação de US$ 1 milhão da indústria de cosméticos O Boticário, para o fundo fiduciário de capitalização permanente que hoje possui US$ 10 milhões e cujos rendimentos são aplicados na manutenção de unidades de conservação.

O objetivo do Arpa é proteger 50 milhões de hectares de florestas e promover o desenvolvimento sustentável da região amazônica com base no uso racional da floresta. Com a doação, serão repassados US$ 200 mil por ano, durante cinco anos. Para cada contribuição privada, o GEF (Fundo para o Meio Ambiente Global, por meio do Banco Mundial) investirá igual quantia.

"O gesto é maior que o capital, é o que mais temos que celebrar", disse a ministra Marina Silva após o anúncio da doação, feito durante a 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8). A ministra disse esperar que a inicitiva sirva de estímulo para outras colaborações do setor privado: "É muito fácil defender o meio ambiente no ambiente dos outros. Difícil é defender no ambiente da gente. E defender no orçamento da sua empresa é mais difícil ainda".

Criado em 2002, o Arpa é resultado de um parceria entre o ministério, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), governos estaduais e municipais da Amazônia, Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), Fundo para o Meio Ambiente Global, o banco de cooperaçào do governo alemão (KfW), a agência de cooperação da Alemanha (GTZ) e organizações da sociedade civil. Juntos, eles se comprometeram a investir US$ 300 milhões ao longo de dez anos na criação, consolidação e manutenção de áreas protegidas na Amazônia.