OIT elogia medidas de combate à escravidão propostas por fórum estadual

28/03/2006 - 18h14

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), Patrícia Audi, elogiou as propostas de combate à prática, apresentadas pelo Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo de Mato Grosso.

Na segunda reunião do ano da Conatrae, que se realiza hoje (28) em Cuiabá, o fórum propôs a criação de uma lista branca de produtores que não usam o trabalho escravo e a respectiva premiação desses produtores com um selo de qualidade, além da realização de uma campanha preventiva para evitar que as pessoas sejam convencidas a trabalharem em condições semelhantes à da escravidão.

"Ficamos muito felizes com as propostas porque são compatíveis com as ações do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo. Não podemos negar que a prática exista no país, mas também sabemos que o Brasil é internacionalmente reconhecido por sua atitude corajosa de combate ao trabalho escravo", registrou Patrícia Audi.

Para a técnica da OIT, o setor produtivo precisa adotar uma postura ativa, ao identificar quem são os produtores que usam o trabalho escravo, e mostrar que a prática não pode ser encarada como comum no meio.

"O próprio ministro Luiz Marinho registrou, no decorrer da reunião, que são poucos os produtores que estão manchando a imagem de todo um setor produtivo. Isso tem que ser combatido não só pela ótica dos direitos humanos e trabalhistas, mas também porque é um fator que pode gerar cláusulas de barreira por parte dos países que integram a OMC [Organização Mundial do Comércio]", disse.

A reunião da Conatrae termina hoje. O objetivo é estabelecer um pacto antiescravista em que trabalhem juntos os governos federal, estadual e municipal.