Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Representantes de 70 movimentos sociais e de direitos humanos, que no início deste mês realizaram uma vigília pelo fim da violência contra a mulher, retornam hoje às ruas do centro da capital pernambucana para exigir agilidade do poder público na adoção de políticas de segurança. Durante o ato, previsto para começar às 16 horas, os manifestantes vão denunciar a demora do governo estadual em instalar o Comitê Integrado de Segurança de Gênero.
Integrantes do Fórum de Mulheres de Pernambuco, que organiza a vigília, defendem que a violência, principalmente a doméstica, só pode ser enfrentada com a implantação de políticas de segurança, educação, saúde, geração de emprego e renda. De acordo com Ana Veloso, coordenadora do fórum de mulheres, a idéia é sensibilizar as autorizadas para adotar ações emergenciais capazes de conter o aumento do índice de homicídios praticados contra as mulheres. "Queremos conscientizar a sociedade sobre a gravidade do problema e chamar atenção das autoridades, no sentido da urgência que situação exige", afirmou.
De janeiro até agora, mais de 90 mulheres foram assassinadas em Pernambuco. Um levantamento recente, feito pela organização não-governamental Observatório da Violência, constatou que 50% dos crimes são praticados dentro de casa, por pessoas próximas das vítimas.
O governo estadual se comprometeu a criar, até a próxima sexta-feira (31) o Conselho de Diretos da Mulher e uma câmara para investigação de casos de violência contra o sexo feminino.