Mattoso queria esclarecer movimentação bancária atípica, diz vice-presidente de Tecnologia da Caixa

28/03/2006 - 14h22

Brasília, 27/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - A vice-presidente de Tecnologia da Caixa Econômica Federal, Clarice Coppetti, afirmou hoje (27) que não viu nenhuma declaração do ex-presidente do banco Jorge Mattoso sobre quem teria determinado que o sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa fosse violado.

Segundo ela, Jorge Mattoso queria apenas esclarecer uma movimentação bancária atípica. "Ele tinha todo interesse em esclarecer essa movimentação bancária atípica", disse Clarice, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos.

Vice-presidente de Tecnologia da Caixa há três anos, Clarice afirmou que não participou de nenhum ato referente à divulgação ilegal de informações sobre contas de clientes da instituição.

Segundo o advogado de Francenildo, Wlicio Chaveiro do Nascimento, o extrato da conta de seu cliente na Caixa no dia 16 deste mês, quando estava na sede da Polícia Federal, inscrevendo-se no programa de proteção a testemunhas. Nascimento disse que, na ocasião, o caseiro entregou o cartão bancário à PF, embora não tenha informado a senha e o código de letras necessário para acesso à conta.

Em depoimento na CPI dos Bingos, Francenildo confirmou o que havia dito em entrevista à imprensa: que viu o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, "dez ou 20 vezes" em uma casa alugada em Brasília por Vladimir Poleto. Poleto foi um dos assessores de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP). O depoimento foi suspenso por liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). Na matéria, o caseiro disse que presenciou partilha de dinheiro por Poleto e outros ex-assessores de Palocci.