Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Assessor econômico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde 1993, Guido Mantega também foi membro da Coordenação do Programa Econômico do PT nas eleições de 1989 e 1998. Na administração de Luiza Erundina na Prefeitura de São Paulo (1989-1992), Mantega trabalhou com o secretário de Planejamento, Paul Singer.
Entre 1999 e 2002, Mantega organizou um grupo semanal de discussão no Instituto Cidadania, organização coordenada por Lula em São Paulo. Em 2001, esse grupo divulgou um documento que antecipava as idéias da Carta ao Povo Brasileiro – em que o então candidato Lula iria prometer não romper contratos do governo e manter o pagamento da dívida pública. Foi um dos coordenadores do programa econômico da campanha de Lula em 2002.
Mantega iniciou o governo Lula como ministro do Planejamento, em 2003. Em novembro de 2004, foi transferido para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cargo que ocupou até hoje.
À frente do Planejamento, Mantega foi responsável pela elaboração do projeto de lei das Parcerias Público-Privadas (PPPs). Também coordenou o Plano Pluri-Anual (PPA) 2004-2007.
Diferente de Palocci, que tem carreira política e formação em medicina, Mantega é economista e sociólogo, com carreira acadêmica e diversos livros publicados, como "Acumulação Monopolista e Crises no Brasil" (1981), "A Economia Política Brasileira" (1984) e "Sexo e Poder" (1979).
Na economia, Mantega é considerado um "desenvolvimentista", sendo adepto das idéias de Celso Furtado, entre outros. À frente do BNDES, por exemplo, tem defendido a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que serve como referência para os empréstimos do banco. As altas taxas de juro eram um dos principais pontos de crítica à gestão de Antonio Palocci na Fazenda.
Nascido em Gênova, na Itália, Mantega veio criança para o Brasil. Formou-se em economia pela Universidade de São Paulo (USP), onde fez doutorado em sociologia. Foi professor da Fundação Getúlio Vargas.