São Paulo, 28/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - Mulheres que se destacam nas lutas sociais em todas as regiões do país serão homenageadas na quinta-feira (30) durante o lançamento do livro Brasileiras Guerreiras da Paz, do Projeto 1.000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz. Já confirmaram presença no evento 37 mulheres entre as 52 biografadas na obra, vindas de todas as regiões do país.
O livro é resultado da participação brasileira no projeto que reuniu as indicações para o Prêmio Nobel de 2005 em 153 países. O lançamento está previsto para as 19 horas, no Museu da Casa Brasileira.
Para a ativista Clara Charf, coordenadora da obra, a intenção do projeto era "tornar pública a luta das mulheres no mundo". Ela lembrou que "o Brasil inteiro poderá conhecer quem são essas mulheres, o que elas fizeram, a força e a garra que tem uma mulher quando ela entende o papel dela na sociedade. Esse livro é bonito por causa do conteúdo da vida de cada uma e também porque vai tornar público, e vai fazer com que muitas pessoas que lutam no Brasil se sintam representadas".
A lista, explica a coordenadora, traz mulheres de todos os perfis de formação, estratos sociais e regiões: "Tem mulheres indígenas, mulheres negras, com mais cultura universitária, tem artistas, escritoras e mulheres religiosas. É a diversidade na sociedade brasileira que está representada nessa lista".
Entre as 37 participantes que confirmaram presença está Joênia Batista de Carvalho, a primeira índia a se formar e a atuar como advogada. Ela atende a cerca de 280 comunidades indígenas, principalmente em defesa de direitos territoriais contra grileiros, posseiros e fazendeiros, mas também contra perseguições, discriminação ou ameaças de morte. Também estará em São Paulo para o evento a pernambucana Vanete Almeida, que desenvolve um trabalho de conscientização e organização das mulheres do sertão. Ela começou de casa em casa, reunindo mulheres para discutir seus problemas domésticos, trabalhistas, emocionais e sexuais. Atualmente, coordena a Rede de Mulheres Rurais da América Latina e Caribe.
"A sociedade brasileira avançou o que ela avançou até hoje com a participação das mulheres. E a nossa sociedade só vai avançar mais rapidamente se a participação das mulheres aumentar", diz Clara Charf.