Desemprego cresce em São Paulo, mas há indicadores de retomada das contratações

28/03/2006 - 12h27

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A taxa de desemprego nos 39 municípios que formam a região metropolitana de São Paulo passou de 15,7% para 16,3% da população economicamente ativa (PEA) em fevereiro, com aumento de 62 mil pessoas no total de desempregados.

Todos os setores cortaram vagas e houve no período a entrada 11 mil pessoas no mercado de trabalho. Os dados são da pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

Na comparação com fevereiro do ano passado, no entanto, a pesquisa mostra que o universo de desempregados é 2,4% menor. O diretor do Dieese, Clemente Ganz Lucio, disse que esse recuo é normal em fevereiro. Ele acredita que já em abril ou maio possa haver recuperação nas contratações.

Lucio chamou a atenção para o fato de que o desemprego aumentou mais entre os autônomos, enquanto o nível de emprego se manteve em setores como a construção civil. "Isso é um bom sinal, e pode indicar que, para os próximos meses, abril ou maio, a taxa de desemprego volte a cair".

A pesquisa mostra ainda que ficou estável o rendimento médio real do trabalhadores assalariados em R$ 1.167 em janeiro. Com relação a todos os trabalhadores ocupados, o rendimento médio foi de R$ 1.088, também estável.

"O importante é observar a qualidade do que foi fechado em termos de trabalho em fevereiro. Foram predominantemente os trabalhos autônomos (que caíram), portanto aqueles mais frágeis. O trabalho mais permanente, que é aquele com carteira assinada, ainda permanece bom, como é o caso da construção civil", disse Lucio.