São Paulo será sede de grande encontro sobre a cultura popular, anuncia ministro Gilberto Gil

27/03/2006 - 18h25

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Os brasileiros de diversos pontos do país que desenvolvem atividades vinculadas ao programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura, terão a chance de demonstrar o que fazem no evento a Teia - A Rede de Cultura do Brasil, previsto para ser realizado no período de 5 a 9 do próximo mês de abril, em São Paulo.

Além de tornar conhecidos os artistas brasileiros, tradicionalmente, sem espaço, nos veículos convencionais de divulgação, o objetivo é criar uma rede de intercâmbio e dar condições para que esses agentes culturais populares possam realizar os seus trabalhos e ter um retorno para sua valorização pessoal.

O anúncio foi feito hoje (27) pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, na sede da Cinemateca Brasileira. Ele justificou a importância do programa governamental Pontos de Cultura, afirmando que "é preciso encontrar formas para que os setores historicamente não protagonistas possam fazer fluir a cultura". Gil defendeu que a solução para os problemas econômicos das famílias de baixa renda pode estar na própria criatividade de seus agentes culturais.

De acordo com o ministro, até o final deste ano, o governo espera ter conveniado cerca de 600 Pontos de Cultura, o que ampliará em três vezes mais o número de conveniados hoje. O orçamento previsto é semelhante ao gasto, no ano passado. Ou seja, R$ 48 milhões. O Ponto de Cultura é uma ação do Programa Cultura Viva que viabiliza o investimento na compra de instrumentos, matérias-primas para o desenvolvimento artístico seja por meio de um áudio-visual, montagem de espetáculos ou outras atividades criativas.

Para o evento são esperados cerca de mil representantes da cultura popular brasileira, mil produtores culturais e 600 empreendedores da Economia Solidária. As programações se desenvolverão em três endereços: pavilhão da Bienal no Parque Ibirapuera, Serviço Social do Comércio (Sesc), na Vila Mariana e auditório do MAM (Museu de Arte Moderna). Entre os artistas a se apresentarem está o grupo Estrela de Ouro - Maracatu de Baque Virado, formado por 140 pessoas, a maioria trabalhadores rurais de Pernambuco. Também haverá a apresentação de danças por afrodescendentes.

No pavilhão da Bienal do Ibirapuera, haverá uma feira com 27 estandes representando cada estado da Federação, além do Distrito Federal, onde os artistas populares estarão distribuído em 6 mil metros quadrados.No local, serão montados dois palcos par apresentações musicais e de dança e no entorno haverá outros pólos como um circo com capacidade para 200 pessoas e uma Estação Digital com uma oficina de metareciclagem.

No Museu de Arte Contemporânea (MAC) ocorrerão seminários que incluem temas sobre inclusão digital, direitos humanos e violência no campo, Economia Solidária e democratização do acesso á cultura e comunicação entre outros.