Ministro da Saúde defende plano salarial homogêneo para todo o país

27/03/2006 - 20h03

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, disse hoje (27) que um plano salarial homogêneo para as diferentes regiões do país será a solução para evitar a migração de médicos e outros profissionais de saúde para os grandes centros.

Na abertura da 3ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, ele também afirmou que apesar de não haver interferência direta do governo federal nos planos de cargos e salários dos profissionais da área, o ministério defenderá, no evento, a criação de uma tabela de referência para diminuir as diferenças salariais.

"Claro que o ministério não pode interferir na esfera de poder do estado e do município, em termos de salário. Mas é possível que tenhamos alguma coisa em termos de referência, até com subsídios, para evitar o despovoamento dos serviços de saúde, sobretudo em áreas mais afastadas", disse o ministro. Outros temas que Saraiva Felipe citou como centrais foram a formação continuada do profissional de saúde e o vínculo empregatício.

Ele disse que, atualmente, vários agentes comunitários são contratados informalmente para trabalhar em programas como o Saúde da Família, causando o que chamou de precarização do trabalho. Um desafio da área de saúde, hoje, segundo destacou o ministro, é manter um programa de educação continuada que atinja os profissionais em todo o país. "Podemos fazer isso usando a telemedicina. Além disso, estamos fazendo com 90 universidades e faculdades de medicina, enfermagem e odontologia, um trabalho de reciclagem, adequação profissional", afirmou.

A 3ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde se realiza 20 anos depois da 1ª Conferência Nacional de Recursos Humanos em Saúde, evento no qual se consolidou a estrutura descentralizada de gerenciamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Para Saraiva Felipe, é uma oportunidade de avaliar o sistema, sob a ótica dos profissionais.

"Espero dessa conferência colaborações, a partir da percepção dos trabalhadores, do nível mais local de prestação de serviço. Que surjam críticas e sugestões, e que possa ser um momento importante para reorientação do SUS no que tange à questão dos recursos humanos", destacou.