Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus - O delegado regional de Lábrea (Amazonas), Claudemir dos Santos, revelou hoje (13) à Radiobrás que três suspeitos de terem planejado o assassinato do agricultor Gedeão da Silva apontaram, em depoimento, José Francisco de Almeida (Zé do Boné) como executor do crime.

Gedeão Silva pertencia à diretoria do Sindicato de Trabalhadores Rurais do Sul de Lábrea e foi morto no último dia 27 (de fevereiro), próximo a um acampamento onde desde abril vivem 60 famílias de sem-terra (no começo da ocupação, eram 150).

Os três suspeitos que prestaram depoimento - José da Silva Cruz (Dodó), Regilson de Souza (Louro) e Sebastião Alves de Moraes (Tota) - estão detidos desde a última quarta-feira (8) na delegacia de Lábrea. Assim como Zé do Boné, que permanece foragido, eles trabalham na fazenda de José Fernandes Ortiz, dono da Ortiz Táxi Aéreo (com sede em Rio Branco).

De acordo com o delegado regional de Lábrea, Zé do Boné não conhecia Gedeão e provavelmente foi pago para executar o crime. "Tudo leva a crer que o assassinato tem relação com conflitos de terras e que o Ortiz esteja envolvido, embora os acusados não tenham fornecido informações sobre quem estaria por trás dessa morte", afirmou Claudemir dos Santos, que encontrou na fazenda do empresário irregularidades como crimes ambientais e sonegação de impostos.

A reportagem da Radiobrás telefonou para a Ortiz Táxi Aéreo e tentou falar com José Fernandes Ortiz, tendo deixado telefones de conto com secretárias. Até o momento, porém, o empresário e fazendeiro não retornou às ligações.