Implementadores compartilham experiências da implantação do governo eletrônico

13/03/2006 - 16h20

Ivan Richard
Da Agência Brasil

Brasília – "O deslocamento é um fator que compromete o alcance e dificulta o acesso. Tem comunidades que você leva três dias e meio para chegar e o único acesso é via barco, perde-se muito tempo", disse a Implementadora Social do programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac), Ivete Azevedo, responsável pelo programa na Região Norte.

Azevedo, junto com os outras 25 pessoas, participa do 1º Encontro de Implementadores Sociais do Gesac, que vai de hoje (13) a sábado (18), em Brasília. O Gesac é um programa de inclusão digital do Ministério de Comunicações, e reuniu implementadores de todo o Brasil para compartilharem as dificuldades de implantação do programa e as soluções encontradas.

Segundo Ivete Azevedo, a diversidade geográfica de cada região é um obstáculo difícil de ser superado. No Amazonas, disse, você consegue visitar no máximo dois pontos por semana. "A manutenção de contato com as comunidades só é feito por meio digital e telefone. Existe uma série de dúvidas quanto à utilização das ferramentas, quanto à potencialização de uso da comunidade e só podemos dar o suporte por e-mail", afirmou Ivete Azevedo.

De acordo com ela, o Gesac está na fase de conhecimento da realidade. O projeto, segundo ela, implementado em 2003, passou por uma série de reestruturas e agora passa por um processo de potencializar o acesso das ferramentas disponíveis. "Estamos fazendo uma espécie de marco zero conhecendo a realidade de cada ponto para a partir daí montar estratégias de trabalho específicas de cada comunidade".

Para Angel Luis, implementador em Goiás, o encontro nacional é importante porque proporciona a troca de experiências. "Vamos ter o relato das pessoas, como elas estão trabalhando essa mesma realidade em lugares diferentes. O ritmo goiano é diferente do ritmo do Pernambuco e o do sul é outro. Não dá pra ter um padrão, a coisa homogeneizada no Brasil inteiro porque não funciona".

Na visão de Christian Jones, responsável pela região do Distrito Federal, o implementador é uma espécie de médico do Gesac. "Ele vai lá, descobre os problemas. Na maioria deles, o pessoal não sabe o que fazer. Recebe o acesso à internet e libera para o pessoal acessar qualquer coisa. Acaba não trabalhando o lado de trazer a comunidade para dentro do ponto e incluir digitalmente e socialmente o pessoal que não sabe o que se pode conseguir com a internet", explicou.

A implementadora do Gesac no Rio Grande do Norte, Tatiana Wells, contou que no seu estado a procura pelo projeto é muito grande. "Os recursos que existem são muito disputados", disse. Ela acredita que a ampliação do trabalho de meta-reciclagem, que consiste em aproveitar peças de computadores que não são mais utilizados para montar novos equipamentos, melhore o atendimento nos pontos de presença.