Rio, 13/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - O Exército voltou a ocupar hoje (13) duas favelas do Rio, depois de ter retirado seus homens das seis comunidades que ocupava no domingo (12). Durante o dia, cerca de 400 militares cumpriram mandados de busca e apreensão nas favelas do Dendê, na Ilha do Governador, e do Complexo da Maré, para tentar localizar os dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel no último dia 3.
Na Maré, um angolano foi preso durante a operação. O chefe de Estado-Maior do Comando Militar do Leste, general Hélio de Macedo, disse que o Exército desocupou as seis favelas ontem por considerar que não havia evidência da localização das armas nessas comunidades.
De acordo com o general, nada impede, entretanto, que as favelas desocupadas ontem voltem a ser alvo de operações militares, como aconteceu hoje com o Dendê e a Maré, que haviam sido desocupadas no meio da semana passada. Segundo Macedo, o número de locais suspeitos agora é menor, por isso, há operações apenas em duas favelas.
Na semana passada, o Exército chegou a ter 1.600 homens em dez favelas e nas principais vias de acesso ao município do Rio de Janeiro. "O número de informações inicial é muito grande, por conta do disque-denúncia e do inquérito policial em que, inicialmente, são ouvidas as pessoas que estavam no local. Por isso, ações em maior número foram realizadas. Pode ser que amanhã, por exemplo, se tenha dados para mandados de busca em quatro comunidades. E esses mandados serão realizados", afirmou Macedo.
Segundo o Ministério Público Militar, quatro suspeitos já teriam sido identificados pelo inquérito policial aberto para apurar o roubo das armas do Exército. Dois deles seriam ex-militares. Até agora, no entanto, nenhum mandado de prisão teria sido expedido pela Justiça.