Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio – O economista-chefe do Banco Mundial, François Bourguinon, afirmou que "o Brasil precisa criar políticas macroeconômicas para liberar recursos para promoção do gasto público". Segundo ele, a economia brasileira vem crescendo em ritmo mais lento do que a média dos países emergentes porque, durante um longo tempo, deixou de investir em infra-estrutura.
Bourguinon participou hoje (13), no Rio de Janeiro, na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do lançamento do Relatório do Desenvolvimento Mundial 2006 do Banco Mundial. O documento, lançado em outubro do ano passado, cita o Brasil várias vezes, já que o país está entre os 10 com os maiores índices de desigualdade social.
Buourguinon elogiou o programa de assistência social Bolsa Família, que hoje beneficia cerca de 11 milhões de famílias pobres, com uma ajuda mensal de até R$ 95,00. Ele lembrou que a iniciativa vem ajudando a baixar os índices de desigualdade no país e recomendou a expansão do programa.
O executivo do banco considera que os investimentos em educação também são determinantes para garantir o crescimento econômico. Mas acredita que os resultados virão em longo prazo, em até 15 anos, quando as pessoas estarão chegando ao mercado de trabalho.
O economista afirmou que a instituição está acompanhando atentamente as discussões comerciais da Rodada Doha (série de negociações para liberalização das regras comerciais, que começou em 2001, na Organização Mundial do Comércio (OMC). Buourguinon considera que o Banco Mundial está ao lado dos países emergentes, que aceitam abrir seus mercados industrializados para os países ricos desde que estes acabem com os subsídios a seus produtos agrícolas. "Há muito tempo nos posicionamos contra a salvaguardas agrícolas nos países ricos e agora esperamos que o processo se desenrole com resultados positivos para países como o Brasil", acrescentou.