Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Brasil concentra entre 15% a 20% do número total de espécies existentes no mundo, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o que faz com que seja considerado o país detentor da maior fatia da biodiversidade mundial. É com esse cenário que, pela primeira vez na história, o país será o anfitrião da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8).
A oitava edição do encontro se realiza entre os dias 20 e 31 em Curitiba. O evento deverá contar com a participação de delegações dos 188 membros da Convenção sobre Diversidade Biológica, considerado o mais importante acordo internacional sobre o tema.
Para o secretário de Biodiversidade e Florestas, do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, o mais importante é colocar em prática as deliberações, normas e orientações que foram tomadas pela convenção até agora.
Entre os pilares da convenção estão a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus componentes e a repartição justa e eqüitativa dos benefícios decorrentes do uso dos recursos genéticos.
"Há uma enorme expectativa de que aquilo que a convenção prevê, e foi detalhado esses anos todos, seja efetivamente implantado e o mundo entre num novo ciclo, um ciclo de real proteção da diversidade das espécies que vem lamentavelmente sendo reduzida de forma muito drástica nas últimas décadas".
No total, 188 países ratificaram a convenção, entre os quais o Brasil. Alguns, como os Estados Unidos, assinaram a convenção, mas ainda não a ratificaram. João Paulo Capobianco afirma que o interesse nos resultados não é apenas brasileiro.
"O Brasil não é o único país com essa agenda, ao contrário, há uma quantidade enorme de países que querem agir, querem resultados, querem colaborar para que haja uma reviravolta na forma como a humanidade se relaciona com a biodiversidade", diz.
De acordo com o secretário, a expectativa é que o encontro tenha presença maciça de ministros de meio ambiente. "Deve ser a reunião das partes com a maior presença de ministros, então há muito otimismo de que nós tenhamos uma reunião forte, importante, que vai avançar em decisões significativas. O nosso interesse, o nosso esforço para que seja uma reunião que defina ações de implantação concreta parece que está se tornando cada vez mais viável e possível".
Para ele, a reunião em Curitiba pode ser um marco "nessa trajetória para que de fato a gente possa reverter o dramático processo de perda de biodiversidade a que o mundo todo assiste hoje". Além de ser o país sede do encontro, o Brasil assumirá a presidência da convenção pelos próximos dois anos.