Biólogo suíço não vê necessidade de rotular produtos que contenham transgênicos

13/03/2006 - 19h50

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

Curitiba – Garantir a coexistência entre produtos geneticamente modificados e produtos convencionais é possível na avaliação do biólogo suíço Klaus Amman, integrante da organização não-governamental Public Research and Regulation Foundation (PRRF). Ele está em Curitiba participando da 3ª Reunião dos Países Membros do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP-3). E integra uma comitiva formada por mais 45 cientistas vindos de diversos países.

Em vigor desde 2003, o protocolo tem o objetivo de definir meios de proteção à biodiversidade diante de potenciais riscos apresentados por organismos vivos modificados (OVMs, também chamados de transgênicos). "Como a rotulagem dos organismos geneticamente modificados não foi definida na última reunião, pretende-se chegar a um consenso até o fim desta semana", informou secretária da reunião, Cyrie Sendashonga. O biológo afirmou ser contrário à necessidade de rotular produtos que contenham transgênicos, defendendo que grandes exportadores, como o Brasil, podem encontrar dificuldade na hora de denominar tantos carregamentos devido ao alto custo que acarretaria.

Klaus Amman disse ainda que a PRRF quer ampliar a participação de cientistas nas tomadas de decisão referentes ao Protocolo de Cartagena. Para ele, o transgênico não causa perda da biodiversidade. E afirmou não ter identificado perda de biodiversidade em nenhuma das pesquisas que já realizou com transgênicos.