Presidente do Conselho de Ética defendeu fim do voto secreto nos processos de cassação

12/03/2006 - 10h42

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O projeto de lei apresentado para inserir a participação da sociedade no Conselho de Ética não foi a única proposta que surgiu na última semana. O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), também disse que vai incentivar a apresentação de uma proposta de emenda constitucional (PEC) para mudar o sistema de voto em plenário. Na opinião do deputado, a votação dos processos de cassação deve ser aberta e não secreta, como é atualmente.

A decisão de Izar é motivada pelas absolvições dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP), no plenário da Casa, contrariando recomendação do conselho. "Precisamos achar uma outra forma e a forma ideal seria o conselho iniciar um movimento de assinaturas para mudar a Constituição e pedir o voto aberto nessas votações de cassação", disse.

Desde o início da crise política com as denúncias de corrupção, a Câmara já cassou dois deputados, rejeitou o processo de quatro e ainda vai decidir o futuro de outros 11. Após a absolvição de Brant e Professor Luizinho, o plenário ainda tem quatro relatórios aprovados pelo Conselho de Ética.

No processo contra o deputado Professor Luizinho, votaram pela absolvição 253 deputados e, pela cassação, 183. Abstiveram-se 10 parlamentares e houve três votos em branco. Na votação do processo contra Roberto Brant, 283 deputados votaram pela absolvição e, pela cassação, 156. Oito se abstiveram e um votou em branco. Os processos serão arquivados.