Evasão escolar e violência prejudicam execução do ProJovem no Rio, avalia coordenador

12/03/2006 - 10h09

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil

Rio - A evasão escolar e a violência são os principais entraves para a execução do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem), no Rio de Janeiro, na avaliação do secretário municipal de Assistência Social, Marcelo Garcia.

Responsável pela implementação do programa na capital fluminense, Garcia acha que, apesar dos problemas, o ProJovem está dando certo no Rio. "Ajustes são necessários", afirmou. O programa oferece cursos e bolsas de estudo para jovens de 18 a 24 anos que ainda não terminaram o ensino básico e não têm formação profissional.Os estudantes também recebem uma bolsa no valor de R$ 100 por mês.

Para o secretário é preciso motivar o aluno a permanecer em sala de aula. "Ele (o aluno) não tem a sensação de mudança. Ele acha que a vida dele não vai mudar. Então, você tem que estar motivando o tempo inteiro".

A violência na cidade, conforme explicou Garcia, acaba forçando a aluno a estudar longe de casa. "É preciso compreender essas características da cidade e é necessário trocar de escola para os meninos terem menos problemas", afirmou.

O secretário disse que o trabalho que vem sendo desenvolvido com o Programa Projovem vem revelando outros dados novos sobre a cidade. Um deles é que as comunidades localizadas na Zona Sul, como a Rocinha e o Vidigal, apresentam baixo nível de adesão ao programa.

"Provavelmente, a Rocinha, tem um nível de escolaridade muito bom. Nossos problemas estão concentrados nas zonas norte e oeste. Não adianta insistir e criar estações nas zonas sul e centro porque você não tem número de jovens".

Amanhã (13), Garcia lança mais 20 Estações da Juventude, abrindo oportunidade de inscrição e matrícula para jovens de bairros como Santa Cruz, Guaratiba, Pedra de Guaratiba, comunidade da Maré e Jacarepaguá, todas localizadas nas zonas norte e oeste. Atualmente, existem na cidade 17 dessas estações, onde estudam 11 mil alunos.

A secretaria está enviando carta aos jovens que se inscreveram pelo 0800-642 77 77, já que um grande número de candidatos ainda não se matriculou. No ano passado, 32 mil alunos fizeram inscrições no Programa, alguns ficaram aguardando a criação de estações perto de onde moram.

No convênio firmado com o governo federal, o Rio de Janeiro estabeleceu a meta de escolarizar e capacitar 42 mil jovens. Segundo o secretário, outras Estações da Juventude serão lançadas para que a cidade cumpra a meta conveniada.

Segundo Garcia, o Rio é a cidade que teve o maior número de adesões ao programa, mas fica em segundo lugar, perdendo para Recife (PE) na proporção do número de vagas oferecidas.