Sub-relator diz que depoimento de Sereno revelou relação ''muito próxima'' com fundos

10/03/2006 - 18h42

Brasília, 10/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - Depois de ouvir o depoimento de Marcelo Sereno, ex-secretário de comunicação do PT e ex-assessor da Casa Civil, o sub-relator de Fundos de Pensão da CPMI do Correios, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), disse ter ficado claro que ele teve uma relação "muito próxima" com os fundos de pensão. "Está claro que ele participou, em alguns casos diretamente e em outros indiretamente, das indicações para a composição de alguns dirigentes nesses fundos", disse o parlamentar.

Marcelo Sereno é suspeito de interferir na indicação de dirigentes de fundos de pensão e nos investimentos feitos por essas instituições. Em depoimento hoje (10) na CPMI, ele voltou a negar influência na nomeação de dirigentes. Contou que teve, sim, acesso aos nomes desses dirigentes dos fundos patrocinados por empresas estatais, mas só porque passaram pelo Palácio do Planalto, de forma burocrática, para que a Presidência tomasse conhecimento. Nessa época (2003-2004), Sereno era assessor especial da Casa Civil.

Treze fundos de pensão são objeto de investigação pela Sub-Relatoria, por terem apresentado indícios de irregularidades. Entre eles estão o Núcleos, da Eletronuclear; a Petros, da Petrobras; e a Funcef, da Caixa Econômica Federal.

O deputado Carlos Abicalil (PT-MT), o único que acompanhou todo o depoimento de Marcelo Sereno, contestou as afirmações de Antônio Carlos Magalhães Neto e disse ter certeza de que a convocação do ex-assessor da Casa Civil para depor na CPMI dos Correios foi uma decisão meramente política. "A tentativa foi apenas para flagrar politicamente o governo, mais uma vez. Tanto o depoimento dele quanto a acareação, nesta manhã, deixaram claro, com serenidade, que ele de fato cumpria sua função constitucional dentro do governo", finalizou.