Michèlle Canes
Da Agência Brasil
Brasília - O presidente eleito do Haiti, René Préval, avalia que houve uma redução significativa da violência desde 7 de fevereiro, quando aconteceram as eleições. Segundo ele, o problema da violência no país é social e não deve ser combatido apenas com forças militares. Atualmente, tropas de diversos países, inclusive do Brasil, integram uma Força de Estabilização das Nações Unidas para tentar garantir a segurança da população.
Durante a coletiva no Palácio do Itamaraty, Préval disse que prefere investir na área social do que utilizar recursos para remontar o exército no país, o que considera "inútil" para a população. "Hoje, o conflito entre nações não é mais resolvido por armas. Se há gastos úteis a serem feitos, que sejam feitos na educação e na saúde e não na defesa. O exército é inútil. Não vamos fazer guerra com ninguém".
Para o presidente, a Polícia Nacional do Haiti faz intervenções mais importantes de segurança como em alfândegas e portos, sendo assim uma auxiliar da justiça. Outro ponto destacado foi a permanência da missão de paz da ONU no país – Minustah. "Nossa justiça e polícia são fracas. Seria uma irresponsabilidade da comunidade internacional sair do Haiti nessas condições. Acho que a permanência deve ser redefinida", disse.
Préval disse ainda que não existe ocupação militar em Cité Soleil, a maior favela do Caribe, mas, sim, ações de desarmamentos. O novo presidente do Haiti também se reuniu no Palácio do Planalto com o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.