Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Tião Viana (PT-AC) vai solicitar à Procuradoria da República que investigue as denúncias de violação dos direitos humanos e prática de tortura contra menores de idade pelo delegado da Polícia Civil de Ribeirão Preto Benedito Antônio Valencise.
Em depoimento hoje (9), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, o delegado disse que houve irregularidades em licitações entre a prefeitura de Ribeirão Preto, na gestão de Antonio Palocci, e a empresa Leão&Leão, prestadora de serviço de coleta de lixo na cidade.
Durante o depoimento, o senador Flávio Arns (PT-PR) acusou o depoente de "torturador", o que gerou constrangimento na sessão, já que o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), interrompeu o parlamentar, criticando-o pelo modo como se dirigiu ao delegado.
Arns defendeu a investigação de todos as denúncias de irregularidades e lamentou o fato de pesarem sobre Valencise acusações "tão sérias" de violação de direitos humanos. "Essas acusações, na minha avaliação, têm de ser investigadas", afirmou. Valencise está investigando as suspeitas de corrupção entre a prefeitura de Ribeirão Preto e a empresa Leão Leão.
Para Efraim Morais, faltou "paciência" aos senadores do PT. O presidente da comissão ressaltou que as acusações foram feitas ao delegado porque faltaram aos petistas argumentos para combater as acusações contra Palocci.
Indagado se o depoimento de hoje complicaria a situação do ministro da Fazenda, Tião Viana, que é membro da comissão, respondeu que não. "Nada do que foi dito pelo depoente acrescentou algo de novo. Ontem, por exemplo, nós ouvimos três testemunhas na CPI dos Bingos, e todos confirmaram que não existe nenhum indício que possa envolver em culpa o ministro Palocci", finalizou.