Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O Pólo Industrial de Manaus, que hoje gera 100 mil empregos diretos, dobraria o número de postos formais de trabalho, se acabasse a venda de produtos falsificados (piratas) no país. A afirmação foi feita hoje (9) pelo presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Maurício Loureiro, durante o 1º Seminário de Combate à Pirataria, organizado pela Frente Parlamentar de Combate à Pirataria e Sonegação Fiscal.
Segundo a coordenadora da frente parlamentar, deputada Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM), no Brasil todo, 1,5 milhão de empregos deixam de ser gerados por causa do comércio ilegal de produtos falsificados e contrabandeados.
Vanessa disse que o Estado deixa de arrecadar R$ 150 bilhões por ano por causa da pirataria. A principal porta de entrada desse tipo de produto é a fronteira com o Paraguai, especialmente a cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. "No momento em que estamos aqui debatendo o combate à pirataria, porque achamos que a fiscalização da Receita Federal ainda é pequena, a Ponte da Amizade está fechada, porque os contrabandistas acham que essa fiscalização é grande demais", ironizou a deputada.
De acordo com dados da frente parlamentar, o setor que mais sofre com o comércio de produtos falsificados é o de CDs e DVDs: seis em cada dez vendidos no país são piratas. "Noventa por cento dessa produção está no Pólo Industrial de Manaus", informou Vanessa. Ela ressaltou que metade dos programas de computadores (softwares) e dos religiosos comercializados no Brasil também não é original.
"Um estudo da Suframa [Superintendência da Zona Franca de Manaus] mostrou que, para cada emprego direto gerado na indústria, existem outros três postos de trabalho na cadeia produtiva", informou Maurício Loureiro. "Se lembrarmos esse dado, teremos uma noção exata do mal econômico e social que a pirataria traz ao país", disse ele.