Vítor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio – O Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) reconheceu hoje (9) que o investimento feito no complexo turístico da Costa do Sauípe, na Bahia, era de um risco muito elevado. O envolvimento do fundo com o empreendimento teria gerado um prejuízo de quase de R$ 900 milhões à Previ.
Reportagem publicada este final de semana pela revista Carta Capital revelou que o investimento de risco no complexo, em 1997, recebeu apoio do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL/BA). ACM teria inclusive, segundo a revista, assinado o protocolo de entendimento do negócio, como testemunha.
O presidente da Previ, Sergio Rosa, disse não saber se o negócio sofreu pressão favorável de ACM. "Nenhum de nós estávamos naquele período e não temos registro ter ocorrido a ‘pressão’ e nem somos testemunhas disso. O que podemos dizer é que factualmente existem esses dados (o prejuízo e os documentos apresentados pela imprensa). Como isso pode ser interpretado ou percebido, não nos compete dizer", afirma Rosa.
De acordo com o presidente do fundo de pensão, o investimento pode ser considerado de risco elevado porque era um complexo de características totalmente novas no Brasil, que reunia várias empresas hoteleiras em um lugar inexplorado. "E esse risco se demonstrou na comparação dos valores de investimento com o valor econômico existente hoje", disse.
Em plenário, no último dia 6, Antônio Carlos Magalhães negou ter pressionado a Previ e disse que apenas assinou o protocolo como testemunha, pelo fato de ser senador pelo estado da Bahia.