Debates paralelos sobre reforma agrária incluem questões ambientais, legais e culturais

09/03/2006 - 12h39

Spensy Pimentel
Enviado especial

Porto Alegre - Da agricultura orgânica ao biodiesel, diversos temas estão presentes nos debates paralelos durante a 2ª Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, evento realizado na capital gaúcha até amanhã (10) pelo Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, em parceria com o governo brasileiro.

As chamadas sessões temáticas especiais incluem mais de 20 temas. A diversidade cultural e étnica está presente em discussões sobre a inclusão dos jovens na reforma agrária e a proteção e a garantia de terras para indígenas e quilombolas, incluindo-se a importância da inclusão das mulheres dessas comunidades.

No campo legal, há discussões, por exemplo, sobre "alternativas à propriedade individual da terra" e a "privatização das terras". Em diversos países, além das questões relativas às comunidades tradicionais, existe também a figura jurídica das terras comunais, ou terras comuns, em oposição às terras comerciais. São terras públicas, mas que podem ser utilizadas livremente para pastagens, por exemplo. Em nações como a Namíbia existem debates sobre como limitar o uso dessas terras por parte de grandes produtores.

Questões ambientais também estão presentes nos debates sobre a importância do desenvolvimento rural incluir a variável da sustentabilidade. Há mesas sobre manejo florestal e agricultura orgânica, além de exposições sobre o projeto brasileiro de biodiesel.

Também acontecem debates aparentemente específicos, mas que tocam a realidade de um bom número de países, como a questão do desenvolvimento rural em áreas montanhosas e a importância da literatura científica na luta contra a pobreza rural.