Ana Lúcia Caldas
Enviada especial
Porto Alegre - Representantes de países latino-americanos como Bolivia, Colômbia, Venezuela e Peru, do Comitê Internacional de Planejamento e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) estarão reunidos à noite para discutir e trocar experiências sobre Ações de Reforma Agrária na Amazônia Latino-americana. A mesa de debates é um dos eventos da 2ª Conferência Internacional de Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, que se realiza até sexta-feira (10) na capital gaúcha.
A representante brasileira, a engenheira agrônoma Eliane Maciel Lima, do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), explica que nos debates serão tratadas novas diretrizes de atuação no bioma amazônico, com o objetivo de adequar à realidade da população da região a proposta de reforma agrária. "As populações tradicionais, as populações ribeirinhas, os assentados precisam ter um tratamento diferenciado em função da diversidade que existe na Amazônia", argumenta.
Serão apresentadas, segundo a engenheira, "todas as alterações de legislação, de proposições de crédito, de intervenções e incorporações de tecnologias locais, além das proposições dos tipos de assentamento". Entre estes, ela destacou o "assentamento florestal, incorporando a questão do manejo como instrumento de ação para a reforma agrária e como atividade econômica dos assentamentos – tanto os extrativistas, quanto os projetos de desenvolvimento florestal.
"A proposta é que na Amazônia Legal tenhamos uma restrição na obtenção de áreas onde existe cobertura florestal para assentamentos tradicionais, de agricultura tradicional", explica a representante brasileira. "E que os assentados passem a incorporar o manejo florestal como atividade produtiva básica do assentamento", acrescenta.