Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio - As negociações da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) com os mercados consumidores de minério de ferro no ano passado determinaram um reajuste dos preços em 71,5%. Na oportunidade, a empresa foi acusada de determinar o preço no mercado internacional.

Hoje (7), durante a entrevista do presidente da empresa, Roger Agnelli, anunciou que Vale do Rio Doce está negociando o novo reajuste de preços e explicou o histórico da elevação no ano passado. "Na verdade, o que houve foi que o ano passado foi um ano de reajustes, de correção de defasagens. Todas as commodity [produtos primários] estão em um nível bastante elevado", disse.

Ao ressaltar a manutenção do aquecimento do mercado de minério de ferro, Agnelli citou o caso da China, que somente em janeiro já importou 29 milhões de toneladas de minério de ferro. "A se manter esta tendência, somente os chineses demandarão este ano importações da ordem de 330 milhões de toneladas". No ano passado a Vale comercializou para a China 50 milhões de toneladas, cerca de 20% do total importado pelo país, que foi de 275 milhões de toneladas.

"O preço será determinado pelo mercado. O fato é que continua uma forte demanda pelo minério de ferro em todos o mundo, principalmente por parte da China. Os custos dos investimentos que são feitos em dólar estão muito elevados, principalmente em razão da valorização do real, e para poder continuarmos a investir, e crescer, temos que ter preços adequados", afirmou.