Brasília, 7/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - Brasil e Argentina pretendem adotar o mesmo padrão de TV digital, informou hoje (7) o ministro das Comunicações, Hélio Costa, após reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e com o secretário de Comunicações da Argentina, Guillermo Moreno.
"Nós estamos trabalhando em conjunto e discutindo as possibilidades de termos uma decisão conjunta, mas é importante lembrar que isso é feito em etapas. Nós estamos fazendo o sistema brasileiro de TV digital, não um padrão de TV digital no Brasil", afirmou o ministro.
O secretário argentino disse ter instruções do Ministério das Comunicações para "explorar a possibilidade de que o Mercosul e os dois países possam escolher o mesmo padrão de TV digital". Segundo ele, o presidente Néstor Kirchner "está colocando muito entusiasmo e afinco para voltar a ter uma Argentina industrial". Moreno lembrou que seu país já teve uma forte industria de manufaturados, "que se perdeu por causa de políticas erradas adotadas na década de 90".
Para Moreno, a adoção do melhor padrão pode ajudar a Argentina a se recuperar. "Por isso nós estamos analisando com os colegas brasileiros a possibilidade de avançar na escolha do mesmo padrão, de acordo com as características de cada país; de encontrar consensos e convocar os países que integram o Mercosul e os membros associados, caso da Venezuela, a discutir conjuntamente a eleição de um padrão para toda a região", explicou.
O secretário argentino disse esperar uma decisão para as próximas semanas. A decisão brasileira, segundo o ministro Hélio Costa, será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva assim que ele retornar da viagem ao Reino Unido. A previsão é de que o anúncio do padrão de TV digital seja anunciado na sexta-feira (10).
Os argentinos ainda terão encontro com representantes do modelo japonês e segundo Guillermo Moreno, os informes técnicos já produzidos apontam que "não há vantagens suficientes de um padrão sobre o outro para tomar uma decisão". Ele disse ainda que a Argentina se baseia em três pontos para decidir qual modelo adotará: na menor transferência de royalties, em investimentos diretos no país e na geração de empregos.