Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio – Uma perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, da Polícia Civil do Rio, poderá definir se partiu do Exército ou de supostos traficantes a bala de fuzil que matou o adolescente Eduardo dos Santos, ontem (6), nas proximidades do Morro da Providência. Segundo o diretor do Instituto Médico Legal (IML), Roger Ancillotti, que fez a necropsia no corpo, fragmentos do projétil e a camisa do jovem já foram encaminhados para a perícia.
De acordo com Ancillotti, uma análise preliminar indica que a bala pode ter mesmo partido dos supostos traficantes do Morro da Providência, que atiraram contra os militares durante a operação do Exército na favela. Isso porque, na necropsia, foram encontrados muitos fragmentos de projétil. A fragmentação é algo mais comum no calibre 5.56.
"Em tese, pode se dizer que se fragmentam mais os projéteis de 5.56, usados pelos fuzis AR-15 e M-16. Os projéteis 7.62 se fragmentam menos. São os projéteis do FAL [Fuzil Automático Leve], característicos do Exército brasileiro", disse Ancillotti.
O Exército ocupou o Morro da Providência, no centro da cidade, para tentar localizar dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel na zona norte, na última sexta-feira (3). Os militares estão realizando operações também nas favelas da Mangueira, Complexo do Alemão, Complexo da Maré, Dendê, Parque Alegria, Manguinhos, Jacarezinho e Jardim América – todos na zona norte. Mil e quinhentos homens participam das buscas.