Oposicionistas defendem prorrogação da CPI dos Correios para apurar novas denúncias

06/03/2006 - 19h50

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A oposição defendeu hoje (6) a prorrogação dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios para que possam ser investigadas todas as denúncias sobre o pagamento de supostas mesadas a parlamentares em troca de apoio político.

O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), afirmou que "a sociedade não perdoará o Congresso Nacional", se a CPMI não investigar as denúncias divulgadas pela imprensa neste fim de semana, envolvendo desde possíveis pagamentos ao apresentador de televisão Carlos Massa, o Ratinho, para falar bem do governo, até propina para deputados do PMDB.

Segundo Agripino, que não faz parte da CPMI, diante das notícias de que Marcos Valério estaria fazendo ameaças a parlamentares do PMDB, a convocação do empresário para novo depoimento torna-se "uma imposição". "Do ponto de vista da responsabilidade política, a prorrogação da CPMI é recomendável", afirmou o senador.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), considera cabível "uma prorrogação curta" dos trabalhos da CPMI dos Correios. O prazo para a comissão encerrar as investigações é 14 de abril. O relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), pretende antecipar a apresentação do relatório final para 21 de março.

Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), a prorrogação dos trabalhos da CPMI será inevitável, caso apareçam novas denúncias. "O Congresso Nacional está se desmoralizando aos poucos. A sociedade hoje não sabe se o Congresso é impotente ou incompetente", disse Cristovam. Para ele, é fundamental a CPMI apresentar um relatório final bem feito, que não leve o Ministério Público a desconsiderar as investigações. "Imagine se os deputados cassados voltarem", questionou o parlamentar.

A senadora Heloísa Helena (Psol-AL), que integra a CPMI, disse que é fundamental para os trabalhos da comissão "garantir o rigor ético e a rigidez técnica" na apuração das denúncias. Para isso, a senadora considera fundamental a prorrogação dos trabalhos da comissão.