Alencar defende potencial econômico da reforma agrária

06/03/2006 - 20h56

Porto Alegre, 6/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - A reforma agrária será importante para prolongar o desenvolvimento brasileiro e o fortalecimento da economia do país, afirmou hoje (6) o presidente da República em exercício, José Alencar. Ele participou da abertura oficial da 2ª Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural. promovida pelo fundo das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), em parceria com o governo brasileiro.

"A reforma agrária é o melhor exemplo para ilustrar o momento virtuoso que o Brasil vive atualmente porque, para avançar na reconstrução do nosso país e prolongar, por um longo ciclo, o seu desenvolvimento, é imprescindível que tenhamos uma economia nacional cada vez mais forte", disse.

Alencar defendeu a reforma agrária, mas ponderou: "(Deve ser) uma reforma agrária inteligente e responsável, sem prejuízo nunca das empresas que estejam produzindo e ganhando mercados internacionais. Ao contrário, temos que estar preparados para produzir ao lado delas, mas com espaço suficiente para que todos os brasileiros possam trabalhar e viver dignamente".

Segundo o presidente em exercício, conduzir uma reforma agrária de qualidade é uma oportunidade histórica para qualquer país que busque o pleno desenvolvimento de seu potencial humano e econômico. "Estamos felizes, conseguindo fazer essa condução de maneira pacífica e justa. Possibilitamos a nossa população mais sofrida o direito de tirar da terra o sustento e o futuro de suas famílias", disse.

A experiência internacional, acrescentou, "nos mostra que a ocupação equilibrada do território, a redução do abismo social e o fortalecimento da produção e da economia, são os resultados de uma reforma agrária bem conduzida, inteligente e responsável".

Alencar citou números dos programas sociais do governo, como forma de mostrar o compromisso brasileiro com a redução da pobreza e o combate à fome. O discurso foi interrompido por aplausos quando ele saudou os organizadores da conferência "pela feliz iniciativa de oferecê-la à memória do grande brasileiro que foi Josué de Castro, que dedicou sua vida a essas mesmas bandeiras".

Ao destacar a luta do homenageado, ele lembrou que um de seus filhos se chama Josué por causa de sua admiração e pelo respeito ao autor de Geografia da Fome.

O presidente garantiu ainda que a parceria do governo federal, simbolizada na conferência, já está concretizada nos inúmeros projetos conjuntos com a FAO. "Devemos prosseguir nessa caminhada, pois juntos poderemos avançar ainda mais, na garantia de uma vida digna para aqueles que vivem da terra, que trabalham a terra e que suas famílias merecem todo o nosso apreço e apoio e tudo aquilo que a sociedade possa fazer para que eles cresçam junto com o desenvolvimento do Brasil", finalizou.