Brasília, 22/2/2006 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (22) em Marabá, no Pará, que o programa de expansão do ensino superior para o interior do país vai criar mão-de-obra de qualidade, a fim de atender às necessidades da população e às novas opções do mercado de trabalho na região.
"Hoje a multifuncionalidade nesse país exige que o cidadão seja eclético", afirmou Lula, após elogiar a parceria da Universidade Federal do Pará com a Companhia Vale do Rio Doce na formação de jovens da região.
Durante dois dias, o presidente visitou seis estados brasileiros para conhecer as instalações de campi em universidades federais. No último compromisso, em Marabá, acompanhado do ministro da Educação, Fernando Haddad, Lula afirmou durante discurso na Universidade Federal do Pará que a região tem um pólo de mineração "extraordinário" e por isso precisa que as novas opções de cursos atendam ao mercado de trabalho.
Ao mencionar o plano do governo federal de expandir o ensino superior no país, Lula lembrou que gostaria de ter feito um curso superior, mas não pôde. "Eu não quero que nenum jovem chegue aos 60 anos, como eu cheguei, sem diploma. Eu quero que todos tenham acesso, porque um diploma universitário é a qualificação de nossa juventude", destacou.
O ministro da Educação, Fernando Haddad destacou, em seu discurso, que mais de 100 mil jovens, a maioria do interior do país, poderão concluir seus estudos e produzir mais em suas regiões. "Já há recursos disponíveis para a construção de uma escola técnica em Marabá, só falta a gente adequar os cursos para atender às necessidades da região", disse.
O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta, elogiou o projeto de expansão do ensino superior e afirmou que "só através das universidades públicas o país pode se desenvolver".
No campus de Marabá, o governo federal vai investir R$ 756,4 mil em construção de salas de aula e laboratórios para dois novos cursos que vão oferecer, inicialmente, 70 vagas. Quando as obras estiverem concluídas, o número de vagas subirá para 300. Serão oferecidos cursos de agronomia e sistemas de informação, além dos já existentes de engenharia de minas e meio ambiente, geologia e engenharia de materiais.
De acordo com informação do Ministério da Educação, os cursos ofertados priorizam a formação de recursos humanos especializados nas potencialidades da região – Marabá é a maior província polimineral do país, onde estão localizadas jazidas de ferro, ouro e bauxita –, além de atender às necessidades das diferentes comunidades, como indígenas, fazendeiros e trabalhadores rurais sem-terra.