Regime de metas de inflação é uma experiência internacional bem sucedida, diz Meirelles

21/02/2006 - 17h43

Brasília, 21/2/2006 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou, há pouco, que o regime de metas de inflação tem sido uma experiência de metas bem sucedida no controle inflacionário. Em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Meirelles deu o exemplo de dois países desenvolvidos: Nova Zelândia e Reino Unido.

Segundo ele, na Nova Zelândia, antes de ser adotado o regime de metas, a média de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) era de 2,6%. Depois que o sistema foi adotado, a média de crescimento anual do PIB foi de 2,9% no período de 1990 a 2004.

De acordo com Meirelles, o Reino Unido adotou o regime de metas em 1992. "O resultado foi que o país atingiu a inflação mais baixa e o mais longo ciclo de crescimento desde o início do século passado", disse ele. Antes do regime de metas, a média de crescimento anual do PIB era de 1,9%, no período de 1980 a 1991. Depois que o sistema foi adotado, a média passou para 2,8%.

Indagado pelos deputados sobre o baixo crescimento do PIB brasileiro nos últimos anos, Meirelles ressaltou que o país passou por situações de ajuste, como a que aconteceu em 2005, quando o Banco Central precisou endurecer a política de juros para conter a inflação.

"Não há dúvida de que vamos nos aproximar do patamar de crescimento do PIB dos países que têm tido alta taxa de crescimento", afirmou Meirelles, ao informar que a previsão do Banco Central para este ano é de 4%.

Vários deputados perguntaram sobre as altas taxas de juros praticadas pelo Brasil, quando as dos países citados por Meirelles têm ficado bem abaixo. Ele respondeu que os gastos do governo brasileiro ainda não permitem a redução das taxas de juros e observou que as despesas públicas desses países são bem inferiores.

Segundo Meirelles, o Chile tem despesas públicas abaixo de 20% do PIB e uma dívida abaixo de 10% do PIB. Além disso, o país privatizou a previdência social. "São condições muito diferentes", ressaltou.

O presidente do Banco Central disse aos parlamentares que tanto ele quanto o governo desejam reduzir as taxas de juros.