Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – Ainda é cedo para avaliar a nova linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para capitalização de cooperativas antes que ela comece a operar, avalia Vanderley Ziger, presidente da Associação Nacional do Cooperativismo de Crédito Familiar e Solidário(Ancosol). Ziger acredita, contudo, que o setor cooperativista vê com bons olhos a iniciativa.
"Sobretudo para cooperativas de economia solidária que iniciam suas atividades com patrimônio, com capital social, ainda bastante frágil, tendo em vista o público com o qual estão trabalhando", afirma. A nova linha do BNDES vai permitir acesso a recursos para que as cooperativas possam se capitalizar. O presidente da Ancosol estima que todas as cooperativas filiadas à entidade que tiverem capacidade de alavancar recursos estarão interessadas em obter financiamento do banco. Segundo Ziger, pelo menos 80% das cooperativas do sistema Ancosol estariam aptas a buscar recursos do BNDES.
Ziger reclamou apenas da morosidade do processo. "Historicamente, as linhas de financiamento que vêm ao encontro das necessidades das cooperativas têm um processo lento de operacionalização", indicou. O executivo reconheceu, entretanto, que como se trata de uma linha de crédito nova, a demora em estabelecer as normas de funcionamento é até certo ponto normal. Cabe ao governo e ao próprio BNDES agilizar o processo operacional, sugeriu.
A Ancosol reúne atualmente 156 cooperativas em atuação em 14 estados brasileiros, com abrangência em 1.100 municípios. Outras 20 cooperativas devem entrar em funcionamento este ano, revelou Ziger.