Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo brasileiro experimenta desde o ano passado o método de alfabetização cubano "Yo sí puedo" (Sim, eu posso) como um mais uma alternativa de educação de jovens e adultos. O secretário de Inclusão Educacional do Ministério da Educação, Timothy Ireland, destaca que o "Yo sí puedo" é apenas mais um dos métodos aplicados.
"Vai ser mais um dos usados dentro do Programa Brasil Alfabetizado, junto com as outras metodologias que cada parceiro adota na sua prática de alfabetização", afirma Ireland. Segundo o secretário, o Ministério da Educação não cogita a idéia de adotar um modelo só. "Não existe um método que vai resolver o problema do analfabetismo, mas vários que refletem as diferentes culturas regionais. Esse é mais uma opção", afirma, referindo-se ao método cubano.
No Brasil, o governo adota o programa Brasil Alfabetizado, cuja proposta é fazer da alfabetização um desafio para a sociedade como um todo. "Mas a alfabetização é só uma primeira etapa, que necessariamente tem que ser articulada com a Educação de Jovens e Adultos (EJA). A alfabetização em seis ou oito meses é precária, o que nós queremos é que a pessoa realmente aprenda a ler, escrever e fazer as operações matemáticas básicas para aplicar os conhecimentos em suas vidas", afirma Ireland.
As estatísticas brasileiras apontam que 15 milhões de jovens e adultos brasileiros que não sabem ler e escrever, 32 milhões não concluíram o primeiro segmento do ensino fundamental e 79 milhões não terminaram o ensino fundamental. Para ser considerado alfabetizado pelo governo, é preciso concluir pelo menos o primeiro segmento do ensino fundamental. "O analfabetismo funcional existe porque não conseguimos alcançar uma média escolar ideal de 15 anos", diz Ireland. No total, de acordo com o Censo 2000 (IBGE), existem 16 milhões de jovens e adultos analfabetos no Brasil.