Cuba tem 99,5% das crianças de 0 a 6 anos na educação pré-escolar

21/02/2006 - 12h09

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os métodos educacionais cubanos são considerados exemplares em vários países do mundo. A educação básica é prioridade no país: 99,5% das crianças de 0 a 6 anos cursam a pré-escola. "O ensino pré-escolar é muito priorizado, porque é nele que se formam as interconexões cerebrais que servem de fundamento para o desenvolvimento de todas as potencialidades da criança depois que entra na escola", explica o representante da Embaixada de Cuba em São Paulo, Adolfo Bernardo Nuñez.

"A educação em Cuba é algo muito priorizado. Desde 1961 as primeiras transformações em educação foram precisamente na alfabetização, porque foi considerado que a ignorância tem sido historicamente uma arma de exploração dos pobres", diz Nuñez. Em 1961, Cuba foi declarada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) país livre do analfabetismo.

Ele explica que em Cuba é gratuita a educação da fase pré-escolar até a pós-graduação. "Se a pessoa tiver interesse pode ser formar um doutor em ciência sem gastar um centavo", afirma Nuñez. Outra prioridade para o país é a educação de crianças e jovens com necessidades especiais. Eles recebem aulas nos hospitais e também tem o auxílio dos professores ambulantes, que ensinam na casa desses alunos.

Mas o país ainda passa por uma série de transformações na área educacional, como a adoção do programa professor integrado, limitação de 20 alunos por sala de aula. Os cubanos chamam as mudanças de terceira revolução educacional.

No Brasil, o governo do Piauí está adotando o método cubano de alfabetização em três municípios. O professor da Unidade de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade da Secretaria de Educação do Piauí Antônio Sobrinho explica que o estado quer que os alunos alfabetizados continuem a estudar na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), um programa do Ministério da Educação. "Acho que é extremamente necessário que isso possa acontecer para que a gente possa mudar esse quadro educacional brasileiro e nos aproximar da realidade de Cuba", conclui Antônio Sobrinho.