Michèlle Canes
Da Agência Brasil

Brasília – O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) teve um recorde de liberação de recursos em 2005. A afirmação é do presidente do Conselho Deliberativo do Fundo (Codefat), Remígio Todeschini. Os dados disponíveis, segundo ele, mostram que no período (2005) houve "uma liberação perto de R$ 10 bilhões" e que "isso está crescendo enquanto recursos do Fat".

Todeschini conta que no ano passado foram mais de 160 mil trabalhadores atendidos com o dinheiro do fundo. A maioria eram "jovens, mulheres e afrodescendentes", ressalta.

Na intermediação de mão-de-obra, os números chegam a 900 mil trabalhadores inseridos no mercado. E este número pode aumentar com a reestruturação do Sistema Público de Emprego, previsto para 2006, uma vez que o objetivo da mudança é reunir em apenas um cadastro, todas as vagas que antes ficavam divididas pelos sistemas de centrais sindicais, municípios e estados. A medida vai facilitar o atendimento e "a vida de quem pretende arrumar um emprego", diz Todeschini.

Atualmente, de acordo com o presidente do Codefat, o acesso ao Sistema permite que o trabalhador saiba apenas as vagas do estado em que mora. "É oferecido no sistema o emprego disponibilizado naquela região. O que nós estamos querendo combinar aqui é o auxílio-desemprego com o processo de qualificação profissional, queremos fazer uma integração no território". Essa integração vai diminuir os custos para quem busca um emprego e para o cofres públicos, acredita Todeschini. Ele ressalta qua a medida "vai dar mais qualidade, vai se tornar mais eficiente e ele (o trabalhador) não vai precisar ficar incessantemente circulando por toda a cidade".

Para Todeschini, a reestruturação do Sistema Público de Emprego permitirá que estados, municípios e centrais sindicais concentrem em um só sistema as vagas de empregos disponíveis. O manual com as instruções para a formalização dos novos convênios únicos integrados já está na internet desde a última quinta-feira (16). "Estamos querendo de forma gradativa que o convênio no município possa integrar todas as ações em um mesmo sistema até para que o trabalhador não vá procurar emprego no posto do estado, no posto da prefeitura, em uma central sindical, virando uma bolinha de ping-pong", disse Remígio.

O controle do atendimento ao trabalhador também será feito por meio do Sistema. Hoje, em todo o país, existem 1.200 postos, dos quais 700 já informatizados. Além do controle, o novo sistema fará um cruzamento de dados dos cadastrados. "O trabalhador chega e é cadastrado tanto para o seguro-desemprego como ele cadastra o seu currículo profissional para combinar no sistema", conclui Todeschini.