Presidente volta da África e diz que é preciso reduzir déficit comercial com a Argélia

13/02/2006 - 5h24

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou hoje (13), em seu programa semanal de rádio, a quinta viagem que fez ao continente africano. Ele voltou a Brasília na madrugada desta segunda-feira depois de visitar quatro países - Argélia, Benin, Botsuana e África do Sul. A respeito da Argélia, primeiro destino da viagem, Lula disse que é preciso reduzir o déficit comercial de cerca de US$ 2,5 bilhões com o país africano.

O presidente explicou que o desequilíbrio na balança é resultado do grande volume de petróleo argelino importado. "É preciso diminuir esse déficit comercial", disse ele no programa, gravado no avião durante o retorno ao Brasil.

Lula informou que conversou com o presidente daquele país, Abdelaziz Bouteflika, sobre a febre aftosa no Brasil e garantiu que a doença está controlada. "Nós temos 200 milhões de cabeças de gado e se tem um foco de febre aftosa num local ou numa região, o governo brasileiro trata de isolar aquela região para continuar vendendo carne para os nossos compradores", explicou.

O presidente destacou a emoção que sentiu ao conhecer no Benin o local de onde escravos saíam em direção ao Brasil e o encontro com os descendentes da família Silva. "Tem um grupo que cuida da relação com o Brasil, que cuida de guardar as memórias do Brasil e tem um museu, que foi uma coisa extremamente importante", disse.

Em Botsuana, terceira parada da viagem, o Brasil firmou acordos de cooperação para o combate à aids e na área de esporte. "O Brasil tem um dos melhores programas de combate à aids. Naquilo que o Brasil puder ajudar, não apenas com remédio, mas organizar com transferência de conhecimento, nós vamos fazer porque achamos que é obrigação de um país que pode ajudar os que podem menos". Cerca de 30% da população de Botsuana têm a doença.

Lula encerrou a viagem na África do Sul, onde participou da Cúpula da Governança Progressista, que reuniu chefes de Estado de sete países, entre eles o Reino Unido, a Suécia e a Coréia do Sul.