Prazo de implantação das cotas em universidades causa polêmica entre sociedade civil

13/02/2006 - 20h05

Adriana Franzin e Érica Santana
Da Agência Brasil

Brasília – Uma reunião marcada para a manhã de quarta-feira (15), no Ministério da Educação, pretende aparar as diferenças que entidades da sociedade têm a respeito do projeto que prevê cota de 50% de alunos vindos do ensino público nas universidades. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) defende que o novo sistema seja implantado em um prazo de dez anos. Já outras entidades defendem apenas quatro anos, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento dos Sem-Universidades e o Movimento Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro).

O presidente da UNE, Gustavo Petta, diz que é "preciso esforço para chegar a uma posição que possa unificar movimentos educacionais e social". Petta participou de uma reunião hoje (13) no ministério sobre o projeto. "Nós vamos procurar construir um diálogo com a Andifes para alcançar um consenso entre as propostas que foram apresentadas", ressaltou.

O projeto que estabelece as cotas foi aprovado em caráter conclusivo na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara e, portanto, pode seguir direto para análise no Senado. Mas o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) já defendeu que o projeto seja votado em plenário. Para que isso ocorra, algum deputado deve apresentar recurso nesse sentido. O projeto estabelece ainda que, na reserva de 50%, um percentual seja destinado a negros e índios.

Sérgio Custódio, representante do MSU, afirma que os movimentos estudantis já conseguiram vitórias que surpreenderam a Câmara dos Deputados e a sociedade brasileira. "É impossível que apenas uma parcela da população possa usufruir da universidade pública financiada por todos no Brasil", criticou.