Especial 5 - Porto do Rio é o primeiro a ter mulheres em sua guarda

12/02/2006 - 7h43

Thaís Leitão
Enviada especial

Rio – Desde as últimas contratações por meio de concurso público, no ano passado, o porto do Rio de Janeiro passou a ser o único no Brasil a ter mulheres na composição de sua guarda. Segundo o presidente da Companhia Docas, empresa que administra o porto, Antônio Carlos Soares, boa parte dos R$ 116 milhões que o governo federal investiu desde 2004 no complexo portuário do estado tem sido aplicada no reforço da segurança.

"Esta tem sido uma área prioritária. Por isso, realizamos um concurso público para contratação de 270 guardas", informa. "E, quebrando tabus, admitimos pela primeira vez mulheres para o posto, que tradicionalmente é masculino. É fundamental proporcionar igualdade de condições a ambos os sexos", observa.

Priscila Mazzei, de 20 anos, é umas das 30 mulheres contratadas. Ela conta que não enfrenta problemas no exercício das funções no dia-a-dia, mas que no início foi preciso impor respeito. "Como é recente haver mulheres neste cargo, encontramos um pouco de preconceito no começo. Mas não foi difícil a adaptação", diz. "Hoje dá até pra manter a feminilidade, passar um batom discreto antes de vir trabalhar. Eu tenho orgulho de fazer parte da guarda", acrescenta.

Para ela, a segurança do porto fica mais completa com a presença feminina. "O nosso papel, como o dos guardas masculinos, é identificar os pedestres. Mas se há uma pedestre que precisa ser revistada, só a guarda feminina pode fazê-lo. Aqui, só mulher revista mulher", conta.

A repórter viajou a convite do Ministério do Planejamento