Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Ministério do Meio Ambiente (MMA) aproveitou a reunião de organizações da sociedade civil de todo o mundo durante o 6º Fórum Social Mundial, encerrado no ultimo domingo (29), para chamar a atenção sobre a 8ª reunião entre os 188 signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica.
Os debates da chamada Conferência das Partes (por isso a reunião é conhecida como COP-8) ocorrem entre 20 e 31 de março em Curitiba. "A presença da sociedade civil pode enriquecer demais o debate e trazer para dentro das reflexões dos ministros, dos representantes de governo também as visões das comunidades tradicionais, dos indígenas, dos ambientalistas", explica o assessor especial Pedro Ivo, que representou o MMA no fórum.
É a primeira vez que o Brasil sedia reuniões da COP. Este ano, o país também passa a presidir a conferência. "Em Caracas, fizemos uma ampla discussão sobre a presença da sociedade, dos governos na Cop. Vai ser uma reunião bastante representativa. Além da parte oficial, vai haver uma grande discussão através de eventos paralelos, da sociedade civil", diz Ivo.
A Convenção sobre Diversidade Biológica foi assinada pelo Brasil durante a Rio-92 (Conferencia das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento). Em paralelo ao evento oficial em Curitiba, haverá uma série de encontros paralelos, envolvendo setores como comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, extrativistas, além de ambientalistas e estudiosos do tema. As comunidades tradicionais, segundo Ivo, também têm representação no evento oficial.
"A questão estratégica para o Brasil, tendo em vista que nós somos um pais megadiverso, é que, primeiro, nós podemos avançar nos nossos programas de conservação da biodiversidade. E, segundo, há a importância do reconhecimento dos direitos aos conhecimentos tradicionais", diz Ivo, que, no ano passado, coordenou a 2a Conferência Nacional do Meio Ambiente.
Ele lembra que o Brasil, dada a discussão que vem mantendo sobre o tema, tem condições de difundir avanços. "Como estamos num processo de construção de toda uma legislação a esse respeito, podemos inclusive influenciar o resto do mundo de uma forma positiva no reconhecimento dos conhecimentos tradicionais", afirma.