Rosseto apresenta no Rio Grande do Sul programa de apoio a culturas alternativas ao fumo

29/01/2006 - 7h48

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil

Porto Alegre - Os agricultores do Rio Grande do Sul serão os primeiros a tomar conhecimento do apoio que o governo federal vai oferecer aos fumicultores brasileiros que queiram parar de plantar fumo. Amanhã (30) o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, deve apresentar em Santa Cruz, na região central gaúcha, o Programa de Apoio à Diversificação Produtiva das Áreas Cultivadas com Fumo, que contará com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Rossetto adiantou que o programa prevê o financiamento, pesquisa, assistência técnica e o fortalecimento de mercado dos produtos alternativos ao fumo. "Com isso, o governo federal pretende apoiar os agricultores presentes em regiões fumicultoras tradicionais que estejam dispostos a diversificar as suas atividades, implantando novas culturas agropecuárias", afirmou o ministro.

Segundo o delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário no estado, Nilton Pinho de Bem, a partir desse primeiro debate, com representantes dos agricultores, instituições de ensino e líderes municipais da maior região fumicultora do país, será criado um calendário de trabalho para que o governo e os trabalhadores possam finalizar o programa. O secretário nacional da Agricultura Familiar, Valter Bianchini, também participa do seminário, previsto para realizar-se no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e da Alimentação.

O ministro também vai expor a posição do governo brasileiro quanto à Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, que será tratada na Conferência das Partes, em Genebra, na Suíça, entre os dias 2 e 16 de fevereiro. O encontro vai reunir os 116 países que assinaram o tratado da Organização das Nações Unidas. Técnicos dos ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Saúde, da Agricultura e do Itamaraty vão representar o Brasil nos debates.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz, mais de 10 mil famílias de pequenos agricultores vivem do plantio do fumo na região. No Rio Grande do Sul são quase 90 mil produtores, em 250 municípios. A cultura manual dá, em média, um retorno econômico de R$ 12 mil por hectare aos agricultores, que vendem o produto às indústrias de tabaco concentradas no próprio município, localizado a 200 quilômetros de Porto Alegre.