Defesa Civil do Rio mantém prontidão desde dezembro do ano passado

29/01/2006 - 12h13

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Departamento de Defesa Civil do Rio de Janeiro ainda trabalha com a expectativa de chuva forte para hoje em todo o estado. A informação é do diretor do departamento, coronel José Paulo Miranda. Segundo ele, está mantido o estado de alerta com o reforço do Sistema de Prevenção da Defesa Civil, montado a partir de 1º de dezembro, para atender situações de emergência decorrentes da chuva que costuma cair no verão.

"Estamos em estado de prontidão permanente desde dezembro e reforçamos cada vez que temos previsão de chuva forte no estado. Se a previsão persistir amanhã manteremos o estado de alerta. Se for suspensa, voltaremos à situação de prontidão reforçada, mas com menos recursos humanos", revelou.

O reforço conta com 2.200 militares do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, além de técnicos da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Fundação Superintendência de Rios e Lagos (Serla) e Secretaria Estadual de Ação Social para apoiar municípios que não tenham condições de abrigar desalojados em função da chuva.

Segundo o diretor, toda vez que há um alerta de possibilidade de chuva forte o departamento estadual encaminha a previsão aos órgãos municipais de Defesa Civil para a preparação de um esquema conjunto de atendimento de emergência.

Sobre o temporal da última sexta-feira (27), o coronel negou que o estado não estivesse preparado para a chuva. "A intensidade da chuva foi muito grande. Em qualquer cidade do Brasil ou do mundo a chuva que caiu na sexta-feira provocaria a mesma situação (do Rio)", acrescentou.

O coronel disse que ainda não há dados conclusivos para afirmar se houve comprometimento da estrutura do Shopping Penha, na zona da Leopoldina. Na sexta-feira, morreram ali seis pessoas afogadas com o alagamento do estacionamento subterrâneo do estabelecimento.

Ele acrescentou que, conforme informações da Defesa Civil do município do Rio, responsável pelas avaliações, o prédio não sofreu mudanças estruturais. "Em princípio não há informações ou indícios de mudança estrutural, mas os dados conclusivos só depois de todas as avaliações da Defesa Civil do município", disse. A expectativa, de acordo com ele, é de que o laudo seja divulgado amanhã.

Os corpos de Maria Ângela Silva de Araújo e Arnaldo Marcolino, duas das vítimas do alagamento do shopping, foram enterrados hoje. O número de mortes por causa da chuva de sexta-feira no Rio subiu para 12: quatro pessoas foram arrastadas pela água, um homem recebeu uma descarga de um fio de alta tensão, uma mulher foi soterrada no desabamento da casa em que morava e seis pessoas morreram afogadas no estacionamento do shopping.