Brasília, 16/1/2006 (Agência Brasil - ABr) - O Sindicato dos Servidores da Previdência, Saúde e Trabalho do Distrito Federal (Sindprev-DF) realiza quarta-feira (18) assembléia para discutir uma possível paralisação de 24 horas nos dias 24 e 25 próximos.
A manifestação seria um protesto contra o aumento do horário de atendimento em cinco das 10 agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no DF, que agora passam a funcionar das 8 às 18 horas, mas, segundo o Sindprev, "sem a contrapartida do aumento do número de funcionários".
De acordo com a diretora de Imprensa do Sindprev, Neli Braga, existe uma sobrecarga de trabalho, falta servidor e o governo está muito lento na decisão de ampliar o quadro de funcionários. "A gente quer pressionar para que o governo seja mais ágil e para que haja melhor prestação de serviço para a população", disse ela.
Neli confirmou que o sindicato se mobiliza para uma negociação com o governo, informando o ministro da Previdência e Assistência sobre o problema e tentando junto, ao Ministério do Planejamento, a liberação de verba para realização de concurso público que ofereceria 4 mil vagas. "Nesse meio tempo", disse Neli, será realizada a assembléia de quarta-feira.
Para ela, com a ampliação do horário de atendimento, "vai acabar a fila", pois os funcionários farão o atendimento de frente do segurado. Neli advertiu, no entanto, que "isso poderá causar uma demanda de benefícios, porque não vai ter servidor para habilitar, conceder e manter esses benefícios, que são os trabalhos burocráticos feitos após o atendimento de linha, que é dado diretamente ao segurado".
A representante do Sindiprev exemplificou com o caso de um segurado que dê entrada no pedido de aposentadoria: ele teria 15 ou 20 dias para receber, mas o processo poderá levar muito mais tempo porque não tem servidor para fazer esse tipo de serviço. "A solução é concurso público. É chamar mais pessoas do último concurso, treinar mais gente e fazer parcerias", afirmou.
Sobre os mil servidores que serão chamados em nível nacional e os 400 que se juntarão aos do Distrito Federal, Neli acha que isso vai apenas atenuar o problema. "Melhora, mas não resolve, porque continua a área que a gente chama de retaguarda com carência de servidores".
Segundo Neli, a tendência, de fato, é acabar com as filas em todo o Distrito Federal, mas apenas aumentar o horário não resolve o problema. "Haja vista que somente cinco agências vão estar abertas. Se os 400 funcionários resolvessem o problema, todas as 10 agências ficariam abertas de 8 às 18 horas", disse Neli. Ela informou que existem hoje cerca de 1.500 servidores do INSS no Distrito Federal, quando a necessidade é de quatro mil para resolver o problema de liberação dos benefícios.