Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Depois de o Fórum Social Mundial se despedir de Porto Alegre no ano passado, a edição policêntrica do evento em 2006 terá uma de suas três edições em Cararas, na Venezuela. Em entrevista à Radiobrás, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, explicou que representantes do governo brasileiro irão ao encontro com a missão de ressaltar a importância da integração da América do Sul por meio da sociedade civil organizada e não só pelo comércio internacional.
Segundo Dulci, sem essa conexão social, torna-se mais difícil a integração sólida entre os países do nosso continente. "A integração comercial e de infra-estrutura entre países é fundamental, mas também é preciso que os sindicatos de um país se integrem com os sindicatos de outros países e que os movimentos ambientalistas e indígenas de um se integrem com os demais. Se não o aspecto econômico e comercial avança muito e o aspecto da comunidade, que é o principal, avança menos", defendeu.
Na avaliação do ministro, a integração sul-americana avançou muito nos últimos três anos em relação à economia, mas, do ponto de vista social, a relação ainda estaria aquém do necessário. Uma novidade importante marca a sexta edição do principal encontro da sociedade civil para discutir a luta pela democratização da política e da economia. O 6º Fórum Social Mundial (FSM) acontece, quase simultaneamente, em três continentes diferentes. Nas versões anteriores, o encontro aconteceu quatro vezes em Porto Alegre (2001, 2002, 2003 e 2005), intercalado por uma edição em Mumbai, cidade indiana antes conhecida como Bombaim.
Entre os dias 24 e 29 de janeiro, o Fórum será realizado em Caracas, capital venezuelana. Poucos dias antes, o encontro acontece em Bamako, capital de Mali, país no noroeste africano. Alguns meses depois, está programada a parte asiática do FSM, em Karachi, cidade paquistanesa.