ONU pede ao governo brasileiro que indique mais um nome para comandar missão no Haiti

10/01/2006 - 11h18

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que o governo brasileiro indicasse dois nomes para substituir o general Urano Bacellar, que comandava a força militar da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah). Ontem, foi indicado o general José Elito Carvalho de Siqueira e, até amanhã (11), o Exército deverá indicar o outro nome. A informação foi dada pelo comandante do Exército, general Francisco Albuquerque.

"Inicialmente, a idéia era um único nome, mas a ONU pediu um segundo. Portanto estamos trabalhando no sentido de levantar esse segundo nome que será levado à consideração para a definição por parte da ONU", explicou o general. Ele participou hoje (10) de reunião com o vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar.

O vice-presidente disse que a indicação do general Elito Siqueira, confirmada ontem (9) pelo Ministério das Relações Exteriores, está mantida. "O nome do general Elito não só está mantido como havia sido citado pelo general Albuquerque, sábado (7), em reunião no Itamaraty", explicou José Alencar. Ele afirmou, porém, que compete apenas ao Exército a indicação dos nomes. "A gente sempre respeita as coisas como elas são. Quem indica é o comando do Exército e, por se tratar de coordenação da ONU, ela (a ONU) que dá a palavra final", considerou.

O general Albuquerque lembrou que o escolhido para comandar a força de paz no Haiti deverá ter bom relacionamento internacional e capacidade de operacionalidade. "É preciso que seja um homem com capacidade de argumentação, que conheça a bem missão, que esteja bem preparado operacionalmente e no que diz respeito a contatos internacionais", disse. "O problema do Haiti não é só operacional, é um problema com características sociais e com características econômicas", acrescentou.

Tanto Abuquerque quanto Alencar lamentaram a perda do general Bacellar, encontrado morto com um tiro na cabeça no último sábado no hotel em que morava em Porto Príncipe, capital haitiana. "O que precisa ficar bem caracterizado é a qualidade do general Bacellar: um homem de primeira linha. Por isso que ele foi escolhido, porque era o melhor", disse o general Albuquerque.

Amanhã na Base Aérea de Brasília serão prestadas homenagens póstumas ao general Bacellar. Em seguida, o corpo segue para o Rio de Janeiro, onde será enterrado.