Em 2005, 38 indígenas foram assassinados no Brasil, diz Conselho Indigenista

07/01/2006 - 13h14

Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) registrou, no ano passado, o assassinato de 38 indígenas em todo o Brasil. Segundo a entidade, esse é o maior número de vítimas desde 1994, quando 45 índios foram mortos no território nacional. O balanço também indica a ocorrência de 29 suicídios, 136 mortes por falta de assistência médica e 44 vítimas de desnutrição infantil. Nos últimos dez anos, 241 indígenas morreram violentamente no país.

Dentre os 38 casos de mortes relatados pelo Cimi em 2005, há três cometidos por policiais militares e dois por fazendeiros. Do total de assassinatos relatados, a metade foi cometida por próprios indígenas - em muitos casos, as vítimas foram mortas por parentes em estado de embriaguez.

Esse, por exemplo, foi o caso de Cleto Amarilha, da aldeia Amambaí (MS). No dia 13 de agosto do ano passado, aos 88 anos, ele foi esfaqueado pelo filho, Miguel Amarilha, de 64 anos, que estava bêbado. Situação semelhante ocorreu com Agacir Castelão, em Amambaí (MS), em 4 de outubro. Castelão recebeu golpes de facas, facão e chaves de fenda de cinco menores indígenas com idade entre 13 e 15 anos. Ao confessar o crime, os adolescentes também disseram que estavam embriados.

A maior parte das mortes foi registrada no Mato Grosso do Sul. Por exemplo, 26 dos 29 suicídios ocorridos em 2005 foram neste estado. Os outros três, no Amazonas. Dentre as 44 vítimas de desnutrição, 32 também são do Mato Grosso do Sul.