Consórcio Social da Juventude vai incluir quilombolas do Maranhão em 2006

04/01/2006 - 14h15

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Pela primeira vez, comunidades quilombolas serão beneficiadas pelo Consórcio Social da Juventude – programa do governo federal que atua na capacitação e na inserção de jovens no mercado de trabalho. A previsão é que, este ano, o consórcio atenda 500 jovens de comunidades remanescentes de quilombos de Alcântara (MA).

"Foi pensado um consórcio diferente, mais direcionado à economia solidária, segurança alimentar e ao aproveitamento de recursos naturais", disse a coordenadora geral do programa no Ministério do Trabalho e Emprego, Luciana Tannus. "Serão montadas cooperativas e, a partir daí, esses jovens vão montar seus próprios negócios".

Em 2006, 15 consórcios – que devem receber mais de R$ 45 milhões – estarão em andamento em todo o país. O consórcio é uma das modalidades do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego, cujo público alvo são jovens de 16 a 24 anos, de famílias com renda per capita de até meio salário mínimo. "Hoje, o Primeiro Emprego atua praticamente na área da qualificação para posterior inserção. Acho que isso é importante principalmente para os jovens de maior exclusão social", destacou Luciana.

De acordo com a coordenadora, este ano, mais de 23 mil jovens serão capacitados. Em 2005, cerca de 18 mil jovens participaram dos cursos, sendo que pelo menos sete mil deles conseguiram um emprego. "Esse número deve aumentar. Estamos contabilizando os dados de 2005, ainda precisamos adicionar os resultados de quatro consórcios", afirmou.

Os cursos de qualificação são oferecidos por instituições da sociedade civil. Durante quatro meses, os jovens freqüentam aulas de informática, ética, cidadania e educação ambiental, além de oficinas com atividades escolhidas de acordo com o perfil do mercado de trabalho local.

Os participantes recebem uma bolsa-auxílio mensal de R$ 150 e, em contrapartida, prestam serviços voluntários em instituições públicas ou privadas. "Muitos jovens começam a prestar serviço voluntário e, depois, são contratados por essas instituições", ressaltou a coordenadora.